Diante do cenário pandêmico mundial, o questionamento: é preciso continuar doando sangue? Vale a pena correr o risco por amor às vidas?
Não é possível fabricar sangue em laboratório, os cientistas ainda não chegaram a esse patamar. Em meio ao cenário caótico em que vivemos, devido a instalação da pandemia pelo coronavírus, pessoas continuam sofrendo com outras enfermidades, necessitando de transfusões de sangue, e muitas vezes recebê-las, para o paciente, é a única chance de sobrevivência. Acidentes, atropelamentos, amputação de membros, também continuam ocorrendo, e com eles, a necessidade de um banco de sangue abastecido. Do outro lado, o medo de contrair o vírus fez muitos doadores recuarem, e deixaram de realizar suas doações.
Com toda essa situação atual, pesquisas demonstram que as doações de sangue caíram em 38%. O medo de ir as ruas, da morte, do contágio, da aglomeração, e de ir, principalmente, a hospitais, impediu que pessoas fossem realizar suas doações, e, consequentemente, que vidas fossem salvas. A pergunta que não quer calar: doar sangue na pandemia é seguro? Uma resposta positiva para você que dá um pouco de sua vida para outras: sim.
Muitos bancos de sangue têm agendamento online. Dessa forma, ninguém precisa se aglomerar para estar marcando o dia para doar. Além disso, em sua maioria, eles se localizam em locais seguros e seus profissionais tomam todas as medidas sanitárias necessárias. Os doadores, logicamente, devem fazer a sua parte, usando sempre a máscara ao sair às ruas, e higienizando sempre às mãos com álcool gel. Aqueles que necessitam de transfusão também devem se manter tranquilos, pois o sangue é testado antes de ser utilizado.
Com a flexibilização da economia, muitos já voltaram a trabalhar. Observamos restaurantes abertos, shoppings em funcionamento, pessoas voltando a curtir a noite, e alguns até voltando a viajar. Se a pandemia já não causa tanto medo de realizar tantas atividades, porque ter medo de se doar?
Lembrando, a título de curiosidade, que podem ser doadores homens e mulheres, de 16 a 59 anos pois verificou-se que pessoas de 60 anos já pertencem ao grupo de risco. Homens podem doar 4 vezes no ano, e mulheres, 3 vezes, pois há a necessidade do organismo se estabilizar entre uma doação e outra.
Grávidas e lactantes ficam impossibilitadas de doarem sangue temporariamente. Na mesma situação, os que se submetem a realização de tatuagens e maquiagens definitivas, os que usaram medicação contínua recentemente, os que não se protegem em suas relações sexuais, correndo o risco de contrair e transmitir DSTs, e os que foram infectados com o coronavírus ou esteve em contato com alguém infectado. Algumas pessoas não podem doar sangue, estas definitivamente: portadores do vírus HIV, os que possuem problemas de coagulação, enfermidades pulmonares, cardíacas e renais; os que tiveram hepatite, malária, hanseníase, elefantíase, calazar ou câncer.
Se você pode doar, doe. Não permita que os bancos de sangue careçam. Você pode salvar muitas vidas. Lembre-se que o seu sangue pode ser a última chance de alguém continuar vivo.
Claudia Lundgren, é escritora e educadora infantil. Doutora Honoris Causa em Literatura pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos, é membro de diversas Academias de Letras, e colunista no Jornal Cultural Rol. Recebeu diversos prêmios por seus trabalhos literários. Participou de várias Antologias Poéticas, e é autora de dois livros solo: “Alma de Poeta” e “Simplesmente Poemas”.