Campeão mundial dos médio ligeiros pela Organização Mundial de Boxe, o catarinense Patrick Teixeira pôs na cabeça que 2020 seria seu ano. Queria aproveitar a repercussão da sua conquista para se solidificar no esporte em nível mundial e fazer sua primeira defesa de cinturão, contra o argentino Brian Castanho, em abril.
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Mas, aí, veio um adversário imprevisto e, por ora, imbatível: a pandemia do novo coronavírus. Em vez da programação inicial, que previa um longo período de treinamentos nos Estados Unidos, o pugilista teve de se conformar com uma quarentena ainda sem data para terminar na cidade paulista de Santana de Parnaíba, onde está radicado há anos.
A opção única pelo isolamento pôs um freio nos planos de Patrick, mas não conteve seu ímpeto. Ele tem adotado um expediente curioso para manter seus treinamentos: isolou-se com seus técnicos e seu sparring para não furar o distanciamento e nem deixar sua boa fase passar. Ele só quebra a reclusão para ir a sua casa, às vezes, e encontrar a mulher. Depois, volta para a base de treinos.
– A minha casa fica do lado da Casa do Boxe [onde treina], então eu venho aqui e acordo cedo. Eu venho direto para cá. Eu uso máscaras, tomo cuidado, com os treinadores e meu sparring. Então estamos treinando, tomando os cuidados e o mais importante para mim que é não ficar parado – disse.
Por ser campeão mundial, a prefeitura de Santana de Parnaíba concordou e dar-lhe a chave da academia onde faz suas atividades, sob a condição de limitar a entrada de pessoas ao seu estafe.
– Eu fico o dia todo [na academia]. Desde as 8h da manhã, fico até as 20h, praticamente o dia todo eu fico aqui. Normalmente, a gente é acostumado a ficar junto no dia a dia, mas agora vai cada um para um quarto, fica no teu canto ali, fica no celular jogando… Então não tem nenhum problema de um querer bater no outro não – brincou.
Em meio à rotina atribulada de cuidados para evitar a Covid-19 e os treinos, Patrick vê pontos positivos. Por ter ganhado mais tempo, recuperou-se das lesões de sua luta anterior, realizada no final do ano passado, e tem conseguido se preparar com mais calma.
No meio tempo, espera o “ok” de sua promotora quanto a uma nova data para a luta com Castanho, que ocorrerá nos Estados Unidos. Alguns estados norte-americanos, como a Flórida, já têm concedido permissão para o esporte profissional, como o UFC. O temor de Patrick é não ter tempo hábil para organizar a viagem com tranquilidade, dadas as restrições na aviação internacional.
– Vou continuar treinando, espero que eles deem dois meses de antecedência para que eu possa viajar até os Estados Unidos para fazer o camp adequado. Mas, como a gente não sabe do futuro, pode se esperar por tudo. A minha parte eu estou fazendo – afirmou.
Fonte: Globoesporte.com(Felipe Brisolla e Paulo Roberto Conde)